Este ano "O Rei" completa 50 anos de carreira! Parabéns!!!
Michel Jackson há muitos anos "jogava" com o nome. Roberto Carlos não é diferente. Há pelo menos 15 anos seu público não é presenteado com uma grande canção. É certo que a imagem de ambos marcaram época e se tornaram referência a sucessivas gerações. Pelo simples fato de terem participado de importantes movimentos artísticos, asseguraram seus intocáveis espaços nas dominantes mídias televisivas e radiofônicas.
Todo brasileiro já nasce sabendo que o Roberto Carlos é "O Rei". Sua participação no "iê iê iê" (primeira linguagem de rock brasileiro - anos 60) é determinante e se posiciona como figura central. Em seguida vem o seu amigo mais famoso, conhecido como "Tremendão" e depois a amiga mais famosa, "Vanderléia".
O produto "Roberto Carlos" é tão bem vendido que ainda abre espaço, nos dias atuais, para alguns artistas como "Jerry Adriani" "Os Vips", "Renato e seus blue caps" e outros de menor expressão.
O que este movimento intitulado "Joven Guarda" deixou de mais marcante foram as roupas e as gírias, pois musicalmente era muito fraco e não teve sequencia. Harmonicamente e melodicamente não trouxe novidades. Este "ritmo jovem" tornou-se brega e ultrapassado.
Roberto Carlos teve muita sorte, pois em sua tentativa frustrada de seguir os passos de Elvis Presley, acabou por criar um tipo.
Não era o roqueiro, menos ainda um cantor da categoria de um Cauby Peixoto. Talvez, se o próprio Cauby tivesse tentado imitar o Elvis, quem sabe ele teria sido o escolhido para ser "O Rei"? Cauby tem aquele "vozerão" dos antigos cantores do rádio, fortemente influenciados pelo "bel canto italiano" e não se enquadraria nos novos moldes da indústria da cultura, também não criava músicas de sucesso. A bola da vez era Estados Unidos da América! O grande imperador do século XX. (ai ai ai...). Até então, a língua francesa era dominante e Paris era por excelência, o maior centro cultural do planeta. (Será porque meus alunos só querem cantar em inglês? abaixo a MTV!)
Na minha opinião o grande mérito do Rei foi se manter na crescente indústria da cultura de massa daquele tempo. Como isso se deu? Simples, a receita é alimentar essa maldita indústria com grandes canções. E o Rei fez isso com louvores, pois neste quesito devemos aplaudi-lo de pé. Suas canções ultrapassam a barreira do tempo e se renovam através de jovens como o grupo "Jota Quest" e tantos outros que aparecem com empolgantes releituras das canções mais conhecidas.
As minhas preferidas são "Amigo" e "As curvas da estrada de Santos", "Detalhes" também... puxa! "Jesus Cristo" é ótima, tem um balanço, hum!! "É proibido fumar", lembrei de ... ah! deixa pra lá são tantas. O melhor é ouvir as gravações originais em fita de rolo e de preferência sozinho.
Além de seu grande talento para a composição, Roberto é ótimo intérprete de suas obras e possuidor de um carisma que abre muitas portas. Um bom exemplo foi através de "Debaixo dos caracóis de seus cabelos" fazer uma bela homenagem ao amigo Caetano Veloso, até então, exilado na Inglaterra - confiram a letra.
Roberto Carlos encontrou o seu caminho artístico e isso fez toda a diferença. Ele não calculou como deveria fazer para se tornar um cantor de sucesso de televisão e se manter como tal. Com méritos se fez conhecido, longe de ser a magestade que se sempre se vende e daqui a algumas décadas ouviremos suas canções e nem se quer lembraremos dos pseudo-artistas de e do momento.
Ao meu ver, o próximo grande passo do rei seria sua ausência nestes programas de fim de ano da emissora de TV (ainda) dominante e parabéns Roberto Carlos pela obra e pela história de vida!
ROBERTO CARLOS - Um Artista!
sexta-feira, 10 de julho de 2009
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